Na semana passada o Gabinete da Prefeitura Municipal de Parelhas foi o cenário de uma reunião especial com os representantes da Associação dos Ceramistas locais. Na ocasião eles expuseram o desejo de melhorar a qualidade do produto feito aqui investindo em uma tecnologia nova que promete utilizar menos 50% de argila na produção, menos 50% de lenha para a queima, na etapa final da feitura de telhas e tijolos, além de diminuir para zero a emissão de gases poluentes na atmosfera.
A dificuldade para por esta ideia em prática barrava na burocracia de órgãos como o IDEMA – Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente – que, não liberando a licença para o funcionamento das Cerâmicas, os empresários não conseguiam se cadastrar nos bancos para conseguir capital que pudesse financiar a implantação desse novo projeto.
Diante disso, uma reunião foi agendada na semana passada com o Senador Paulo Davim, com o intuito de apresentar este projeto e pedir auxílio. O encontro aconteceu na manhã de ontem, 26 de julho, às 9H00min, contando com a presença de Vereadores e do Prefeito Municipal de Parelhas, além de dez representantes das cerâmicas. Paulo Davim ouviu o apelo dos ceramistas e afirmou que vai abraçar esta causa dizendo: “Achei um projeto extremamente viável, que vai ao encontro dos interesses da própria classe dos ceramistas. Mas, sobretudo é um projeto que vai beneficiar o meio ambiente, pois na hora que você diminui pela metade o uso da lenha e na hora que você zera a poluição na atmosfera, eu acho que por si só já mostra a identidade e a sustentabilidade desse projeto. Eu sou a favor e estou empolgado. Vou trabalhar, já me sentindo aliado neste projeto. Vamos correr atrás das autoridades competentes para resolver a viabilização do mesmo”.
Além de Paulo Davim, Júnior Souto, Assessor da Deputada Federal Fátima Bezerra, esteve presente para representá-la e ajudar nas articulações. Ele revelou sobre a preocupação da Deputada com o problema exposto nesta matéria: “Este é um assunto que a Deputada já acompanha faz algum tempo nas conversações com as autoridades do município. São motivos de preocupação dela todos os assuntos que estiverem relacionados com o desenvolvimento econômico, social e por sua vez a preservação ambiental. Essa problemática das cerâmicas de Parelhas trás todos estes problemas num conjunto. Não é compreensível qualquer atitude negligente por parte de órgãos de governo, atrasando a resolução da situação”.
Às 15H30min, todos os presentes na reunião que aconteceu pela manhã foram a Reitoria do IFRN para conversar sobre o projeto com pesquisadores da área e pedir auxílio para a implantação. Wyllys Abel, Pró-Reitor da instituição e o Professor José Ivan, Pró-Reitor de Extensão deram atenção aos ceramistas e apresentaram os caminhos que estes empresários devem seguir para o crescimento de seus empreendimentos. Eles se disponibilizaram a ajudar na análise do material mineral da região, para confirmar a existência de argila com condições para uso na produção local de telha e tijolo.
Além disso, Wyllys Abel e José Ivan revelaram que hoje existe 401 campus do Instituto Federal espalhados pelo país e que a perspectiva é de aumento para 600 nos próximos anos. Este dado aumenta a esperança dos seridoenses em relação à vinda de uma sede do instituto para cá. Os Pró-Reitores também anunciaram que o IFRN está adquirindo uma unidade móvel de ensino, que poderia auxiliar os ceramistas na formação de técnicos especializados para pesquisa dentro de suas empresas nos próximos anos.
No fim da tarde uma terceira reunião aconteceu na sede do IDEMA, onde os diretores puderam escutar os ceramistas e ver uma solução para o problema da liberação da licença de funcionamento. A promessa foi de agilidade no processo, para que assim os empresários possam investir no projeto que vai diminuir para zero a poluição proveniente da queima de madeira para cozimento da cerâmica e telha.
Nilson Trindade é um dos empresários que esteve presente na viagem, e ficou animado com os resultados das três reuniões. Em entrevista ele disse: “Apesar de ser um empresário novo no ramo, participei das reuniões e fiquei animado por ter o conhecimento dos fornos e ver que é uma alternativa para o nosso ramo continuar crescendo, já que faz muito tempo que ele está estagnado. Com o adiantamento das licenças, a possibilidade de financiamento e o projeto, que é muito bom, em mãos, não vão faltar mais nada. Eu senti muita firmeza na fala das autoridades e agora estou na expectativa para ver se vamos conseguir dar adiantamento”. A pretensão agora é transformar Parelhas no pólo ceramista modelo do Estado do Rio Grande do Norte.
